Por Caio Bednarski
São Paulo – Em janeiro a indústria brasileira de veículos alcançou a marca de 5 milhões de caminhões produzidos, segundo as contas da Anfavea. O marco coincidiu com a entrada em vigor da fase 8 do Proconve, Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, equivalente a Euro 6 na Europa. Desde o início de 2023 é possível afirmar que os caminhões nacionais estão no mesmo nível de emissões e tecnologia embarcada do que os fabricados nos Estados Unidos e Europa.
“Isso não acontecia desde 2014”, disse Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, que considera o marco de 5 milhões de unidades importante. “Começamos, em 1957, com baixos volumes, mas a indústria começou a ganhar força nos anos 1990 e 2000, chegando ao pico em 2011, quando saíram das linhas 216 mil unidades.”
Considerada uma indústria robusta, Bonini lembrou da evolução dos caminhões nas últimas décadas, com a criação do Proconve, para tornar os motores menos poluentes, e do avanço da tecnologia embarcada nos veículos, seja para segurança ou para conforto do motorista, melhorando a eficiência dos caminhões fabricados no País.
Aníbal Machado, engenheiro da Comissão Tecnologia Diesel da SAE Brasil, relembrou o trabalho realizado pela indústria para melhorar a eficiência dos motores dos veículos a diesel:
“Até meados dos anos 1990, quando começou a se estreitar a legislação de emissões, não tínhamos controle dos gases emitidos pelos caminhões. Saímos desse cenário para a fase P3 do Proconve em 1996, que era o equivalente ao Euro 2 na Europa. Outra grande mudança aconteceu em 2012, com a chegada do gerenciamento eletrônico dos motores, para atender a fase P7 do Proconve, no mesmo nível do Euro 5.”
Para ele a chegada da eletrônica embarcada nos motores foi um grande avanço da indústria nacional, que até então trabalhava com motores mecânicos e alguns com injeção eletrônica. Desde 2012 os motores possuem nível de tecnologia cada vez maior e, agora, a partir de 2023, também se tornaram mais eficientes para reduzir as emissões e atender às novas normas da fase P8, em vigor desde janeiro.
Os sistemas de pós-tratamento dos gases emitidos pelo motor também começaram a chegar em 2012. A partir de 2023 os motores produzidos no Brasil receberam novas tecnologias para o sistema de pós-tratamento, com uso de filtro de material particulado e Arla 32, por exemplo. Para Machado a fase P8 do Proconve aproxima muito o nível dos motores de cada montadora além de colocar a indústria nacional no mesmo patamar da global, o que poderá trazer oportunidades:
“Podemos exportar mais no futuro, porque regiões como Europa e Estados Unidos estão migrando para eletrificação, mas ainda teremos muitos outros países que consumirão veículos a diesel e poderemos atender essas demandas.”
Machado acredita que as novas tecnologias de eletrificação terão preço muito alto nos primeiros anos, fora da realidade da maior parte do mundo, fazendo com que o diesel ainda tenha presença no transporte de longas distâncias – mas isto não quer dizer que estes motores não seguirão evoluindo. Aqui no Brasil a expectativa é de avanço com os biocombustíveis, pois o País possui uma fonte abundante de matéria-prima, tornando o combustível mais amigável ao meio ambiente.
O que não deixa dúvidas é que o segmento de caminhões seguirá seu ritmo no País. Bonini, da Anfavea, calcula: “Para chegar aos 10 milhões [de veículos produzidos] o prazo deverá ser menor porque o ritmo atual da indústria é bem maior do que lá no começo”.
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