Em 2021 fabricante pode ter um dos melhores resultados de sua história de 64 anos no Brasil, mas segmento de ônibus segue em forte retração

PEDRO KUTNEY, AB

Após grandes perdas em 2020, com queda nas vendas de caminhões pesados de 31%, bem pior que a concorrência, a Scania virou o jogo no segmento no primeiro semestre de 2021. De janeiro a maio as vendas cresceram 139% em comparação com o mesmo intervalo do ano passado, o dobro da média de expansão da categoria (+71%), colocando a marca sueca na liderança da maior e mais rentável fatia do mercado nacional de caminhões, com 6.373 modelos vendidos – apenas meia dúzia de veículos à frente da Volvo –, fazendo sua participação no setor saltar de 18,6% há um ano para quase 26% agora.

As vendas da Scania em março (1.718 caminhões), abril (1.532) e maio (1.736) representaram os maiores volumes mensais de emplacamentos desde 2013, até agora o melhor ano no País, indicando que se o ritmo atual for mantido a fabricante caminha para um de seus melhores resultados em 64 anos no Brasil – a serem completados no próximo 2 de julho.

“O mercado de caminhões continua muito aquecido. Até agora a falta de semicondutores não bateu à nossa porta, estamos atendendo os pedidos e já estamos recebendo encomendas para 2022. No segundo semestre esperamos por crescimento parecido com o da primeira metade deste ano”, projeta Roberto Barral, vice-presidente de operações comerciais

O executivo credita o bom momento principalmente ao desempenho da nova geração de caminhões lançada há dois anos no mercado brasileiro, que vem conquistando clientes ao agregar tecnologias que garantem até 20% de redução de consumo de diesel em comparação à geração anterior, que já figurava entre os caminhões pesados mais econômicos do mercado. Desde o lançamento a Scania vendeu cerca de 15 mil caminhões da nova geração, que segundo calcula a fabricante já entregaram economia de 160 milhões de litros de diesel, o equivalente a R$ 453 milhões. Não há melhor argumento para os transportadores, que têm no combustível o seu maior custo.

“Fizemos promessas importantes no lançamento da nova geração Scania, que os clientes seguem comprovando na prática. Quem compra esta solução transforma sua gestão operacional e o jeito de contabilizar rentabilidade e disponibilidade”, destaca Silvio Munhoz, diretor de vendas da Scania Brasil. “É imbatível a nossa tecnologia de alta pressão de injeção com múltiplos pontos (XPI com sistema Common Rail) para diminuir o consumo e as emissões. A isso agregamos tecnologias como acelerador inteligente que aumentou ainda mais a eficiência. Estamos à frente da concorrência”, garante.

O que não tem sido possível prometer aos clientes é estabilidade nos preços. “Não temos uma situação confortável de custos, com aumentos significativos de insumos, principalmente o aço. Costumávamos fazer poucos reajustes por ano, mas hoje precisamos fazer com mais frequência. Mas essa situação tende a melhorar com a maior estabilidade do câmbio”, avalia Munhoz.

CRESCIMENTO NA ESTRADA E FORA DELA

O executivo aponta que todos os segmentos atendidos pelos caminhões Scania estão em crescimento, mas nos últimos meses houve um salto nos pedidos de modelos fora-de-estrada para os setores de mineração, florestal e colheita de cana-de-açúcar. Com isso, a Scania já projeta que em 2021 deverá bater o recorde de vendas desses veículos preparados para operar em terrenos acidentados.

Outro bom resultado vem da venda de caminhões a gás natural lançados pela Scania no País há pouco mais de um ano. Já foram vendidas 150 unidades no primeiro semestre, ou dois terços da meta de 200 projetada para o ano todo, indicando que o objetivo pode ser superado, graças ao aumento da demanda de embarcadores e transportadores interessados em adotar veículos pesados de baixa emissão.

Segundo Barral, vem aumentando o número de interessados, especialmente no segmento de transporte de alimentos e artigos pessoais, mas também os setores florestal e de cana têm demonstrando interesse, pois podem aproveitar a biomassa que geram para abastecimento dos caminhões com biometano.

CONEXÃO COM SERVIÇOS

Com a nova geração de caminhões, a Scania intensificou a oferta de serviços conectados que também vêm contribuindo para o crescimento das vendas. “Deixamos de ser um fornecedor de caminhões e passamos a ser um provedor de soluções de transporte”, afirma Munhoz. Este ano a Scania atingiu 45 mil veículos (incluindo ônibus) conectados rodando no Brasil e 20 mil programas de manutenção ativos, em 95% das novas vendas os compradores ativam o rastreamento e monitoramento remoto e 62% contratam planos de serviços de oficina.

Este ano a Scania registra alta de 40% nas vendas de serviços e aumento de 55% nas contratações de programas de manutenção. “A venda de serviços em 2021 será a melhor da história da marca no País”, afirma Marcelo Montanha, diretor da área que comanda um time dedicado a criar soluções no setor.

A mais recente é o lançamento do Programa de Manutenção Scania Premium Flexível Uptime, em que o cliente paga somente pelo que usar ou pelas peças que efetivamente precisam de troca. O plano também agrega o sistema chamado Control Tower, que monitora as oficinas da rede de concessionárias e as necessidades de serviços transmitidas pelos veículos, realizando agendamentos mais eficientes, o que na média reduz em 32% o tempo de parada, segundo um programa piloto com 183 caminhões realizado em dezembro, o que na prática reduz os custos da operação com a maior disponibilidade da frota. A Scania já soma 4 mil veículos usuários do Control Tower.

ÔNIBUS EM QUEDA LIVRE

Se no mercado de caminhões e serviços a Scania aproveita o momento de expressivo crescimento, ainda parece distante a recuperação do segmento de ônibus, o setor da indústria automotiva mais afetado pela pandemia. Em 2020 a empresa ficou na última colocação entre as seis fabricantes de chassis, com 2,8% de participação e apenas 394 unidades vendidas, o que significou retração de 56% sobre 2019. Este ano a situação é ainda mais dramática: a marca vendeu 26 ônibus de janeiro a maio, queda de 84% em relação ao mesmo período do ano passado, ficando com menos de 0,5% de market share até agora.

“O primeiro semestre deste ano foi trágico para o segmento de ônibus, a falta de passageiros é enorme e ninguém quer comprar”, avalia Silvio Munhoz. “A média de quilometragem das frotas que monitoramos vem subindo aos poucos, mas a ocupação ainda é baixa, as pessoas têm medo de se expor ao vírus e evitam viajar”, aponta.

Munhoz prevê que a recuperação das vendas de ônibus só deve começar no fim do ano, quando a vacinação avançar mais, fazendo que as pessoas voltem a viajar. “Pode até acontecer uma explosão na demanda em dezembro, quando muitos já imunizados vão querer fazer turismo ou rever parentes. Mas ainda é muito difícil fazer qualquer previsão para este segmento”, resume.

Fonte: https://www.automotivebusiness.com.br/noticia/33210/vendas-de-caminhoes-scania-crescem-138-ate-maio

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